domingo, 7 de agosto de 2016

VIDAS OUTONAIS



















Há marés na vida em que supomos
Ter vencido os traumas e feridas,
Esquecendo o valor das despedidas,
Penando nos poentes dos outonos.

E há tempos de flores renascidas
Nos desertos áridos que nós somos,
Mesmo que o verão nos dê os pomos
Pra comer e pensar nas nossas vidas.

E há também um tempo de saudade:
A fonte a brotar com piedade
As lágrimas que secam com o ar.

Lá se vai o nosso amor profundo,
Chorando no crepúsculo do mundo,
Vivendo, com razão, mais devagar.

Modesto

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