quarta-feira, 16 de maio de 2018

O MILHAFRE ENTRE MONTANHAS

























Entre duas montanhas, no azul profundo,
Sulcando espaço, observando a terra,
Vai voando e procurando o seu mundo
O milhafre que vai duma a outra serra.

Na esteira sem fim da tão azul esfera,
Ei-lo embalado na amplidão dos ares,
Vencendo a nuvem que ante si s' erguera,
Fitando o abismo profundo, quais mares!

Voa, eleva-s' em busca do infinito,
Como o despertar de um estranho mito:
Que o milhafre tem humana consciência...

Cheio de luz no cintilar do belo astro,
Deixa ficar na fulgência do seu rasto,
A trajectória d' augusta sapiência.

Modesto

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