A voz do mar é um clamor de fúria,
De paroxismo, no tombar da água
Com espasmos de amor e luxúria,
Talvez um mito divinal de frágua.
Líquidos tralhas rebentam nos rochedos,
Fazem tremer com ímpeto d'azoto
Os penhascos austeros ou penedos,
Que seu sopé vai ficando roto.
O sol é um áscua, glorioso...
Pastor que guarda os céus deslumbrantes,
Guia branco rebanho milagroso
De magníficas ondas espumantes.
Que queres, Mar? Acaso há rodada,
Contenda no remurmurar sonoro?
Vai, segue a branca e desnudada,
Entre as ondas, Afrodite de ouro!
Essas torturas ásperas supremas,
São novos prodígios e sinais?
Ou queres do azul fundir as gemas
Para os claros olhos imortais?
Modesto
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